Synopsis
O mergulho do poeta
nos abismos de si mesmo
Não é de hoje que o poeta Gilson Cavalcante vem trabalhando seu discurso poético num viés lírico, existencial e, de certa forma, metafísico. E nessa Sinfonia Solitária Sobre os Abismo (Descompássaro) não é diferente. O poeta é o próprio pássaro se jogando dos penhascos que a vida colocou em seu caminho como um desafio a ser encarado e superado.
Gilson faz desse voo um compasso de seu ritmo de estar no mundo carregado de nuvens, para fazer de sua poesia uma tempestade, recorrendo, com frequência à metalinguagem, ora afirmando, ora negando e, por vezes, questionando o próprio leitor.
O poeta brinca com as palavras, cria neologismos, aliterações e não deixa de trabalhar em seus versos a linguagem da força dos contrários. E nesse voo, ele se investiga e tenta se conhecer entrando na seara lúdica e antropofágica. “Azar de quem não sabe voar”, arrisca o poeta das alturas, das vertigens e dos subterrâneos do homem-húmus.